A Internet – uma ousada nova fronteira na mídia. Ela não apenas escapa da necessidade de estar confinada em um único canal para receber informação, mas também habilita aos usuários a serem publicadores. O rádio e a televisão não conseguiam fazer isso. Ainda assim, mesmo após uma década da Internet mudando nossa visão de mundo, nós realmente aprendemos alguma coisa? Não, eu argumentaria – porque nosso problema reside em um nível de pensamento tão básico que nós não podemos lidar com ele mudando os métodos. Nosso problema é uma série de suposições nas mentes da maioria das pessoas.

Existe uma antiga parábola sobre não ver a floresta pelas árvores; se tudo que você vê é uma árvore, você pode não perceber que ela está cercada por outras árvores. É a mesma situação com a floresta de símbolos que nós criamos para nós mesmos nos tempos modernos. Em um esforço para ser bem-educado, ter poder político e opiniões importantes, nós pessoas inundamos a nós mesmos com informações que nós não podemos digerir. Esmagados, nós nos voltamos para a mais próxima visão que parece englobar tudo isso, e então cambaleamos da democracia para ditadura sem nem ao menos pensar em acabar com essa situação.

Símbolos estão a nossa volta mas, ainda mais, tornam-se parte de nossas identidades. Se nós somos liberais, nós devemos – devemos! – defender certas idéias. Se nós somos conservadores, que são apenas liberais convencionais atualmente, nós temos um padrão diferente de símbolos que nós devemos usar para processar qualquer informação que aparece. Se nós não o fizermos, nossa identidade pessoal está ameaçada, e desde que nós baseamos nosso auto-valor nessa construção externa determinada tanto pelos nossos quanto por nossas próprias ações, nossa identidade estar ameaçada significa que sentimos que nosso próprio auto-valor está em dúvida. Nós nos suicidaríamos se julgados inapropriados pelo rebanho, que graciosamente nos dá o cartão de associado e então nos faz sentir valorizados em primeiro lugar, ascendendo sobre as máquinas que povoam nossas cidades...

É por isso que as pessoas vão vacilar, mentir, fingir, etc. para assim evitarem de ver a verdade. A verdade é plana, mas eles sentem que não podem muda-la ou que encara-la iria desestabilizar algum aspecto de suas próprias vidas, especialmente seus egos, então eles fazem campanha contra ela. Mas na realidade é bem simples. Sociedades decaem como qualquer grupo social. Ímpeto inicial acabado, os membros fazem campanha por poder pessoal ao invés de sucesso coletivo. Isso leva eles a adotarem idéias encouraçadas como capitalismo ou igualitarismo, mas basicamente o que está ocorrendo é uma mentalidade de “cada um por si”: isso não é comportamento social, mas completo parasitismo. Não há contato com a realidade.

Nossa atual Guerra do Iraque é um exemplo. As pessoas discutem no escuro por horas sobre conspirações paranóicas, mentiras e informações falsas. Eles esquecem que a verdade é óbvia: essa guerra faz gente poderosa e rica feliz, provavelmente por um número de razões. É Israel? Certamente. E interesses petrolíferos? Provavelmente. O que a causou? Conveniência. Mesma coisa com o multiculturalismo: não há conspiração por trás disto; é, entretanto, lucrativo importar pessoas de uma cultura estrangeira e mante-los reféns por uma geração ou duas. E então você pode vender serviços de luxo para a população nativa enquanto eles tentam evitar o crescimento de violência que o conflito de culturas traz, especialmente quando alguns são procriados para sociedades tribais caçadoras e outros são resultado de culturas educadas agrárias/artesanais estabelecidas.

Se eu tivesse uma palavra de cuidado para alguém tentando achar sentido na situação humana hoje em dia, especialmente enquanto se utiliza a internet, essa seria: cinismo. Eu quero dizer isso no seu sentido mais antigo, o qual envolve disposição para olhar através do que as pessoas afirmam serem suas motivações para seus reais objetivos, um cui bono¹ para todas questões. Olhe para as pessoas pelo que elas são: animais escavadores que estão à parte do mundo em volta deles e ainda fazendo qualquer coisa para ganhar poder dentro dele. Olhe para seus líderes – por acaso eles lideram, ou fazem promessas? Então olhe como sua sociedade está estruturada: igualitarismo do indivíduo para que cada um possa ganhar tanto poder quanto possível. Ainda precisa de teorias da conspiração?

¹Cui bono: quem lucra?

September 4, 2007

Our gratitude to Lucius for this translation.